As crianças indesejadas sofrem de maior incidência de maus tratos e de maior taxa de mortalidade
Os psicólogos evolucionistas Martin Daly e Margo Wilson dão a conhecer no seu livro “A Verdade sobre Cinderela – Uma Visão Darwiniana do Cuidado Parental”, e com base em trabalhos exaustivos de investigação, que as crianças com um dos pais seja adoptivo, em variados países ocidentais desenvolvidos, sofrem de uma maior incidência de maus tratos e de uma mais elevada taxa de mortalidade, verdades que se podem extrapolar para os filhos indesejados na globalidade. Este comportamento agressivo e, no extremo, assassino tem uma explicação plausível em termos de evolução humana e animal. Não queremos deixar passar a oportunidade para aconselhar a leitura deste pequeno livro, em especial aos que defendem o “não” à despenalização do aborto. (Introdução escrita aquando da primeira publicação deste texto que foi em altura do referendo sobre a despenalização do aborto)
O primeiro teste: relatórios de abusos a crianças nos EUA
A nossa primeira tentativa para medir o impacto das relações de adopção na incidência de abusos a crianças fez uso de um arquivo de dados mantido pela Associação Americana (AHA). Esta organização assumiu o papel de repositório central dos relatórios de abusos a crianças sob ordem judicial na maior parte dos Estados Unidos, e tinha um ficheiro de computador contendo dezenas de milhares de casos. Para cada criança vitimada, os dados incluíam factos básicos demográficos sobre a vítima e o (alegado) autor de crime, detalhes da natureza do abuso, a relação entre a vítima e as pessoas in loco parentis , e se o caso tinha sido 'validado' em algum tipo de investigação seguinte para além do relatório inicial.
Para calcular as taxas específicas da idade de abusos de crianças adoptadas versus outras, precisávamos também de dados sobre as condições de vida das crianças na população em geral. Esta informação era elusiva. O censo da população nos EUA não distinguia entre paternidade genética e adoptiva, e tudo o que conseguimos encontrar foram estimativas baseadas em estudos limitados, que quase de certeza exageraram a prevalência de relações de adopção por causa de algumas suposições não realistas que têm sido feitas para obter as estimativas. Mas nós usámo-las de qualquer modo, uma vez que elas tornavam as nossas comparações 'conservativas': uma sobre-estimação do número de famílias adoptivas numa população deve levar-nos à sob-estimativa das suas taxas de maus tratos tornando mais difícil de demonstrar um aumento. Mas a elevação do risco foi dramática na mesma: de acordo com os nossos cálculos, uma criança com menos de três anos de idade que vivesse com um pai genético e um adoptivo nos Estados Unidos, em 1976 tinha sete vezes mais probabilidade (as odds ratio em linguagem epidemiológica) de se tornar num caso de abuso a criança validado nos registos da AHA que uma que vivesse com os dois pais genéticos.
Existem várias razões para ser cauteloso na interpretação deste tipo de comparações. Uma é a possibilidade de uma detecção ou relatório desviado. Suponha que vivia perto de uma criança que exibia equimoses recorrentes e suspeitas, e que você (como toda a gente) estava familiarizada com o estereótipo da crueldade dos pais adoptivos. Não seria possível que a sua probabilidade para assumir o pior e chamar uma agência de protecção a crianças fosse influenciada pelo facto de saber que o homem em casa era um pai adoptivo? Este tipo de ideias preconcebidas podem causar o aparecimento de riscos diferenciais onde na realidade não existe nenhum. Contudo, existiam fortes evidências de que isto não era o que estava a acontecer nos dados da AHA. Nós pensamos que como a severidade dos abusos em crianças aumentam, até ao extremo da agressão letal, deveriam ser cada vez mais evidentes, logo as distorções devidas a detecções e relatórios tendenciosos deviam diminuir. Mas como nós fizemos os nossos critérios de abusos cada vez mais rigorosos e restringimos a amostra aos casos mais óbvios, a sobre-representação das famílias adoptivas não diminuiu. Antes, pelo contrário. Quando nós reduzimos os casos em consideração de um ficheiro de 87.789 relatórios de maus tratos validados para 279 casos de abusos fatais a crianças, as taxas estimadas em famílias com um pai adoptivo e um genético cresceu para aproximadamente cem vezes mais que em famílias com os dois pais adoptivos.
Não podiam existir dúvidas que o excesso de risco em famílias adoptivas era ao mesmo tempo genuíno e enorme. Mas se isto tinha realmente alguma coisa a ver com relações de adopção per se não estava necessariamente resolvido. Talvez viver com um pai adoptivo estivesse associado com alguns outros factores de relevância mais directa.
Um candidato óbvio para tal factor 'perturbador' é a pobreza. Se uma paternidade adoptiva é especialmente predominante entre os pobres (o que parecia plausível, uma vez que a estabilidade marital se sabia estar correlacionada com o rendimento) e se os pobres também têm elevadas taxas de abusos a crianças detectados (o que é verdade), então diferenciais do tipo dos que temos observado podem ser de esperar mesmo se lares com pais adoptivos e pais genéticos fossem identicamente perigosos dentro de qualquer nível de rendimento. Mas esta hipótese inicialmente plausível foi rejeitada, visto que se veio a saber que a distribuição dos rendimentos familiares em casas de pais adoptivos nos Estados Unidos era virtualmente idêntica aos rendimentos em casas com dois pais genéticos. Famíias com rendimentos reduzidos estavam de facto sobre-representadas no conjunto de dados da AHA, mas a associação entre abuso e pobreza era independente da (era 'ortogonal' para a) associação entre abuso e relação de adopção.
Investigações posteriores no Canadá
Nós publicámos os nossos resultados dos EUA num breve artigo de jornal, em 1980, e com mais detalhe em 1981, e virámos as nossas atenções para outros assuntos. Mas nunca ficámos completamente satisfeitos com o nosso estudo inicial, por várias razões. As estimativas da população em geral eram questionáveis; os 'critérios' de abuso não eram necessariamente consistentes de estado para estado; e os dados eram inadequados para testar hipóteses 'perturbadoras' adicionais para além da pobreza. Então alguns anos mais tarde, tendo voltado ao Canadá, decidimos conduzir um estudo local, mais bem controlado e em pequena escala, sobre as mesmas questões.
A municipalidade regional de Hamilton-Wentworth, onde vivemos, é o centro da indústria do aço do Canadá e a casa de quase meio milhão de pessoas. As agências locais de protecção à criança forneceram-nos informações sobre todos os casos suficientemente graves para terem garantido o preenchimento de um relatório com o registo provincial de abuso a crianças, e nós fizemos o levantamento da população em geral Aproximadamente uma em cada 3000 crianças na idade pré-escolar em Hamilton residindo com ambos os pais genéticos fazia parte do registo de abuso de crianças de Ontário em 1983. A taxa correspondente para crianças vivendo com um pai adoptivo e um genético era aproximadamente uma em setenta e cinco, logo quarenta vezes maior. Esta odds ratio era mais pequena que a que tínhamos encontrado para casos de abusos letais nos Estados Unidos, mas maior que a taxa para todos os casos de abusos a crianças, talvez porque o critério dos casos no nosso estudo de Hamilton era de severidade intermédia.
As odds ratio de risco de abuso em famílias adoptivas versus famílias com pais genéticos em Hamilton era substancial para crianças de todas as idades, mas diminuía com regularidade de quarenta, para crianças na idade pré-escolar para aproximadamente dez para vítimas na adolescência. Uma tendência similar aparecia no nosso estudo dos EUA, e nós vimos uma implicação importante. A maior parte dos que escreveram sobre conflitos em famílias adoptivas acreditavam aparentemente que os problemas são principalmente criados por adolescentes rebeldes que rejeitam os novos companheiros do progenitor que ficou com a custódia; mas isto dificilmente poderia estar correcto se a elevação do perigo dos pais adoptivos fosse máxima para as crianças. A nossa hipótese de que o problema mais básico é a má-vontade em relação às obrigações pseudo-parentais encaixa muito melhor nos factos.
Um outro resultado consistente de ambos os estudos foi que o risco excessivo em famílias adoptivas alcançou toda a gama de 'abusos' desde repetidas agressões a bebés até molestação sexual de crianças mais velhas. Isto também reforçou a nossa convicção de que estávamos a olhar para o que se poderia chamar uma 'análise inversa' do amor parental. Uma escassez de sentimentos, preocupação individualizada pelo bem-estar de uma criança ao seu cuidado poderia parecer provável que aumentasse a incidência de qualquer tipo de abuso.
Ainda outro resultado consistente foi que o impacto da paternidade adoptiva tinha sido estatisticamente independente dos efeitos adicionais da pobreza. Tamanho de família, a que nós não pudemos aceder no estudo nos EUA, demonstrou ser outro factor de risco independente. Mães jovens foi ainda outro. As teorias evolucionistas de investimento maternal tinham-nos sugerido que mães mais velhas poderiam ser mais generosas que as mais novas. Com o aproximar da menopausa, investir na criança que já se tem tem menos e menos impacto negativo na sua futura reprodução esperada. É de esperar que evoluídas psicologias maternais reflictam esta característica fidedigna das histórias de vida das mulheres. Nós no entanto, antecipámos que o risco de abuso diminuiria com regularidade como função da idade da mãe na altura do nascimento da criança, e esta perspectiva foi sustentada. Considerando bem as coisas, apesar de terem sido identificados vários factores de risco adicionais, o parentesco adoptivo manteve-se como o mais importante indicador, e sua influência foi pouco ou nada diminuída quando os impactos estatísticos de todos os outros factores de risco foram controlados.
Justifica-se repetir que mesmo um severo abuso a uma criança é vulnerável à detecção de desvios, mas que estes desvios provavelmente diminuem quando o critério do caso se torna mais extremo. No máximo da tolerância, podemos ser razoavelmente confiantes que os assassinatos de crianças são normalmente detectados e registados. Reconhecidamente, algumas falhas para ajudar um recém-nascido a viver podem escapar à detecção e alguns sufocamentos deliberados podem ser disfarçados com sucesso como 'síndrome da morte súbita', mas não existe nenhuma razão para se supor que estes casos são numerosos, e de nenhuma forma os homicídios brutais, resultantes de agressões motivadas por acessos de raiva ou ódio, poderão ser disfarçados desta forma. Assim depois de completar o nosso estudo de casos registados de abusos a crianças em Hamilton, nós ocupámo-nos de análises de homicídios, usando um arquivo oficial do governo que continha dados de todos os homicídios conhecidos em todos os departamentos da polícia canadiana. Uma vez mais, exactamente como tínhamos encontrado nos Estados Unidos, a sobre-representação dos pais adoptivos como perpetradores de assassínios de crianças no Canadá demonstrou-se ser ainda mais extremo que a sua sobre-representação como perpetradores de abusos não-letais a crianças. Como relatamos num artigo na Science em 1988, era aproximadamente setenta vezes mais provável que um pai adoptivo co-residente matasse uma criança com menos de dois anos de idade, que um pai genético co-residente, e esta odds-ratio ainda era quinze para vítimas adolescentes.
As evidências emergentes de varias nações
Nós agora sabemos que a história na Grã-Bretanha é mais ou menos a mesma que na América do Norte: os pais adoptivos estão extremamente sobre-representados como perpetradores de abusos a crianças registados e ainda mais como assassinos de crianças. De acordo com um relatório produzido pela Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade às Crianças, intitulado Child Abuse Trends in England & Wales 1983-1987, trinta e dois por cento das 4.037 vítimas de agressões físicas intencionalmente infligidas nesse período de cinco anos viviam com um pai natural e um pai substituto, enquanto que uma amostra de crianças com a mesma distribuição de idades, tirada ao acaso da população em geral, teria produzido somente três por cento. Ao contrário da situação na América do Norte, as famílias adoptivas no Reino Unido tendem a ter rendimentos ligeiramente menores que famílias com os dois progenitores genéticos, portanto o excesso de pais adoptivos pode neste caso ser parcialmente um artefacto das diferenças económicas. Contudo, quando o rendimento familiar foi controlado, as crianças em famílias adoptivas permaneceram dezanove vezes com maior probabilidade de serem registadas como vítimas de agressões não acidentais infligidas por pessoas que as têm ao seu cuidado do que crianças em casas com os dois progenitores genéticos.
No caso de assassínio de crianças, existia um relatório pertinente datado de antes de começarmos a nossa própria investigação. Em 1973, o psiquiatra forense P. D. Scott resumiu a informação numa amostra de “casos de bebés agredidos fatalmente” cometidos sob um acesso de cólera por homens britânicos in loco paternis , e, apesar do facto das vítimas terem em média somente quinze meses de idade, quinze dos vinte e nove assassinos – cinquenta e dois por cento – pais adoptivos. Scott não tentou converter estes números em proporções ou odd ratios , mas informação pertinente da população em geral pode agora ser derivada de um estudo maior de um grupo nascido em 1970, e resultou que seria de esperar que menos de um por cento de uma amostra de crianças com a mesma distribuição de idades que os bebés fatalmente agredidos tivesse um pai adoptivo. Neste caso, as odd ratios para este tipo particular de agressão letal praticada pelos pais adoptivos versus genéticos era aproximadamente 150.
Parecia provável, a partir de ambas as evidências destas agressões a bebés e da nossa hipótese com propensão para a evolução sobre a relutância e ressentimento dos pais adoptivos, que o excesso de risco dos pais adoptivos pode ser especialmente severo em relação a acessos de fúria. As crianças pequenas são afinal aborrecidas: elas choram e sujam-se e por vezes recusam ser consoladas. Uma pessoa que cuida de crianças com sentimento, amor individualizado para com um bebé que grita é motivado a aliviar afectuosamente a sua angústia, mas uma pessoa que cuida de crianças que está simplesmente a desempenhar um papel sem cometimento emocional – e que pode preferir que a criança nunca tenha nascido – está apto a responder de outra forma.
Filicídios por pais genéticos certamente ocorrem. Em números absolutos, na realidade, eles excedem os casos perpetrados por pais adoptivos, no entanto, os últimos ocorrem em proporções per capita mais elevadas. Mas os casos não são semelhantes. O Serviço do Lar (Nome Office) mantém um arquivo de dados sobre homicídios em Inglaterra e no País de Gales, caso a caso, semelhante ao arquivo canadiano mencionado acima. Apesar da informação nestes arquivos ser escassa, consistindo somente de códigos numéricos de um número de variáveis padrão, esta ainda se mostra reveladora com respeito às características de assassínios por pais genéticos versus adoptivos. Limitando a nossa pesquisa a casos nos quais as vítimas tinham menos de cinco anos de idade, para excluir toda e qualquer possibilidade de combate mútuo ou defesa própria por parte do assassino, nós encontramos um padrão semelhante em ambos os países: sabe-se que aproximadamente oito por cento dos pais adoptivos homicidas bateram repetidamente eram pontapés ou mocadas nas suas vítimas até à morte. Enquanto a maioria dos que mataram a sua descendência genética fizeram-no por meios menos agressivos. Além do mais, no decorrer de dezassete anos de dados canadianos e catorze anos de dados britânicos, setenta e três dos 390 homens que mataram os seus próprios filhos fizeram-no no contexto de um suicídio completo bem sucedido, quando comparados com os somente três dos 197 que mataram os filhos adoptivos. Existem também evidências que condições psiquiátricas diagnosticadas são prevalecentes entre aqueles que matam os seus filhos genéticos, mas não nos que matam os filhos adoptivos. Resumindo, pais genéticos filicídas de ambos os sexos estão frequentemente em estado de depressão profunda, têm maior probabilidade de matar os seus filhos enquanto eles dormem, e podem ainda explicar o assassínio-suicídio como um acto humano de salvar do mundo cruel, enquanto que os pais adoptivos homicidas raramente são suicidas e manifestam tipicamente a sua antipatia para com as suas vítimas na brutalidade relativa dos seus actos letais.
Nos últimos anos, várias linhas de evidência de uma variedade de países têm mostrado que os maus tratos a crianças por parte de pais adoptivos está amplamente distribuído. No Novo Sul do País de Gales, Austrália, por exemplo, tem-se descoberto que os pais adoptivos estão ainda mais sobre-representados como perpetradores de repetidas agressões a bebés que no Canadá, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Na Finlândia, um relatório de 1966 de um estudo de questionário a 9.000 raparigas por volta dos quinze anos de idade indicou que 3,7 por cento delas, actualmente vivendo com um pai adoptivo reivindicaram que ele tinha abusado sexualmente delas, comparados com os 0,2 por cento das raparigas vivendo com os pais genéticos. (O único caso de contacto sexual 'mãe-filho' neste estudo, incidentalmente, envolveu um rapaz de quinze anos e a sua mãe adoptiva de 26 anos; em contraste com as raparigas, das quais todas consideraram o contacto sexual com os pais adoptivos ou pais eversivos, “o rapaz descreveu a experiência como positiva”). Crianças coreanas em idade escolar vivendo ou com um pai adoptivo ou com uma mãe adoptiva parecem ser vítimas de agressões em proporções muito mais elevadas que as com os dois pais genéticos. Estudos recentes em Hong Kong, Nigéria, Japão e Trinidade ilustram quadros semelhantes.
Tem-se também tornado claro que os riscos associados com o facto de ser um filho adoptivo não são produtos novos da idade moderna. Usando arquivos históricos do século XVII ao XIX, o antropólogo alemão Eckart Voland mostrou que as histórias da Cinderela eram mais que meros contos de fadas para os camponeses europeus. Voland descobriu que a mortalidade específica da idade das crianças frísias pré-modernas era elevada como consequência da morte de ambos os pais, e mais impressionante, que o risco de morte era ainda mais elevado se o pai sobrevivente tornasse a casar.
Nas sociedades dos nossos antepassados, uma poderosa autoridade central e serviços sociais para além da assistência a parentes não existiam, e a situação para as crianças adoptadas era provavelmente ainda pior que nas sociedades de camponeses. De acordo com um estudo sobre caçadores-recolectores sul-americanos contemporâneos, os Aché do Paraguai, quarenta e três por cento das crianças criadas pela mãe e por um pai adoptivo morrem antes de terem atingido os quinze anos de idade, comparados com os dezanove por cento das criadas pelos dois pais genéticos; aparentemente, mortes por agressão e mortes por deprivação dos cuidados adequados eram ambas elevadas. As sociedades de caçadores-recolectores fornecem o nosso melhor modelo das circunstâncias sociais nas quais o animal humano evolui e às quais a nossa psique está adaptada. Nós hipotetizamos que tem sido uma característica geral de tais sociedades que as crianças adoptadas estão de várias maneiras em desvantagem – como estão nos Aché – e não sabemos de qualquer evidência contrária.
(“A Verdade sobre Cinderela – Uma Visão Darwiniana do Cuidado Parental”, Martin Daly e Margo Wilson. Quarteto. 2001)